Prêmio bim.bon Casa Brasil propôs a criação de moradias de qualidade aliadas à viabilidade de custos
Lucas Rodrigues
Fonte: www.piniweb.com.br
Foi divulgado nesta quinta-feira
(12), o resultado da primeira edição do prêmio bim.bon Casa Brasil, que
avaliou os projetos de habitação social desenvolvidos por estudantes e
profissionais. Os critérios da premiação levaram em conta a proposta
arquitetônica, o baixo custo e as técnicas construtivas inovadoras.
Entre os profissionais, o premiado foi o arquiteto Luiz Marino
Kuller, pelo projeto de uma vila na cidade paulista de Rio das Pedras. O
vencedor recebe R$ 7.500. Na categoria estudante, o projeto da Casa
Pátio, em Mogi das Cruzes (SP), de Ronaldo Amaro, levou o prêmio de R$
2.500.
O prêmio bim.bon Casa Brasil foi promovido pelo bim.bon e pelo IAB de
Minas Gerais, e será realizado anualmente, com a proposta de fomentar a
discussão da habitação de qualidade aliada à razoabilidade financeira.
Ao todo, foram inscritos 56 projetos de todas as regiões do Brasil:
30 na categoria estudante e 26 na categoria profissional. Confira os
vencedores e menções honrosas:
Categoria Profissional
Vencedor
Vencedor
Vila em Rio das Pedras (SP)
Luiz Marino Kuller
Parecer
do júri: a proposta apresentada, dentro das exigências do Programa
Minha Casa, Minha Vida, apresenta um projeto muito "replicável" por ser
um programa muito solicitado, e consegue resolver duas moradias
geminadas rebatidas em um lote muito comum nas cidades brasileiras.
Devido ao fato de ser flexível, permite não só enfrentar seus problemas,
como embora seja replicável, o é em doses incrementais, aos pouquinhos,
em terrenos diferentes, o que permite que o arquiteto possa empreender,
o que de qualquer modo só dá pra acontecer utilizando tecnologia
convencional.
Menções honrosas
Casa 3³
Frederico Andre Rabelo
Parecer
do júri: proposta com bom domínio de tecnologia em perfil leve,
associada ao uso do tijolo de solo-cimento como componente hidráulico.
Boa especulação construtiva e espacial, como a ampliação da área de
varanda. O uso de revestimento de vedação em telha metálica encontra
restrição de uso pela Caixa Econômica Federal, mas vale como especulação
tecnológica. Falta uma maior preocupação com a acessibilidade do
projeto.
Habitação de interesse social
Caroline Luisa Santos Teixeira
Parecer
do júri: muito boa proposta enquanto especulação do processo de
industrialização da moradia, com o design de kits para serviço. A
espacialização produzida por tais possibilidades se mostra bastante
interessante. Os vazios surgidos desta organização, no entanto,
encarecem o custo final da obra. A forma de inserção do projeto em
terrenos diversos também é bastante rica em possibilidades, ainda que o
trabalho mostre uma implantação em sua solução mais simplificada: em um
terreno plano.
Casa 3x4: retrato do Brasil
Adriano Mattos Corrêa, Ivie Zappellini
Parecer
do júri: bom desenvolvimento do trabalho sob o ponto de vista da
arquitetura bioclimática. A organização espacial em módulos verticais
impede a construção parcial proposta, se observadas as exigências do
programa mínimo estabelecidas pelo Minha Casa, Minha Vida. Da mesma
forma, a verticalização dificulta uma boa condição de acessibilidade.
Por outro lado, a especulação construtiva é bastante interessante, com o
uso de estrutura de portes de iluminação pública e estrutura metálica
em perfil leve.
Conjunto habitacional de interesse social sustentável
Bruno Souza do Nascimento Sitta
Parecer
do júri: interessante especulação espacial, com grande variedade de
tipologias baseadas no arranjo dos módulos propostos. A utilização de
módulos hidráulicos também favorece a distribuição dos layouts. Estes
arranjos proporcionam uma espacialidade externa que pode ser bem rica
quando terrenos de maiores dimensões. No entanto, a volumetria não
apresenta a mesma riqueza demonstrada em planta.
Conjunto apóstolo Pedro
Beatriz Weber Fideles, Pedro Kiyoshi Camargo Nakamura
Parecer
do júri: trabalho bastante maduro do ponto de vista da apropriação do
terreno, com preocupações relevantes em relação à ocupação do solo
edificado e das áreas não construídas. Bom entendimento das exigências
estabelecidas pelo Minha Casa Minha Vida, ainda que o projeto não
apresente uma planta de pavimento com as condições de circulação
vertical, mas sim das tipologias isoladas. Uso de soluções construtivas
convencionais que poderiam ser mais investigadas.
Categoria Estudante
Vencedor
Vencedor
Casa pátio em Mogi das Cruzes (SP)Ronaldo Amaro
Orientador: Elvis José Vieira
Parecer do júri: a proposta trabalha a habitação de forma adequada do ponto de vista do edifício e de sua inserção. O projeto permite uma possibilidade de ampliação sem a geração de custos iniciais, a partir do aproveitamento das lajes-terraços para futuras ampliações. A proposta de dispor quarto e banho no térreo soluciona a questão da acessibilidade exigida pelo Programa Minha Casa, Minha Vida, ainda que o banheiro possua problemas de layout, facilmente adequáveis. A possibilidade de geração de pátios internos gera uma nova espacialidade bastante rica. O fato de não existir uma preocupação em propor soluções construtivas alternativas é compensada pela boa qualidade da arquitetura.
Parecer do júri: a proposta trabalha a habitação de forma adequada do ponto de vista do edifício e de sua inserção. O projeto permite uma possibilidade de ampliação sem a geração de custos iniciais, a partir do aproveitamento das lajes-terraços para futuras ampliações. A proposta de dispor quarto e banho no térreo soluciona a questão da acessibilidade exigida pelo Programa Minha Casa, Minha Vida, ainda que o banheiro possua problemas de layout, facilmente adequáveis. A possibilidade de geração de pátios internos gera uma nova espacialidade bastante rica. O fato de não existir uma preocupação em propor soluções construtivas alternativas é compensada pela boa qualidade da arquitetura.
Menções honrosas
Conjunto habitacional em Juiz de Fora (MG)
Eduardo Fontainha Henriques, Leonardo Sanches
Orientador: Frederico Halfeld
Parecer
do júri: boa solução arquitetônica associada a uma leitura madura do
local de inserção e seus condicionantes. A proposta tipológica de duplex
inviabiliza as exigências atuais do Programa Minha Casa, Minha Vida de
acessibilidade em todas as unidades, ainda que o projeto contemple um
número de unidades para pessoas deficientes. O pátio central comum a
todas as unidades valoriza o conjunto, assim como a possibilidade de
área privativa para cada unidade.
ADN Nucleobases
Rodrigo Waihiwe
Orientador: Fabricio Fontenelle
Orientador: Fabricio Fontenelle
Parecer
do júri: especulação de técnicas abordadas em praticamente todas as
fases construtivas são o destaque desta proposta. A adoção de uma
tipologia acessível específica vai contra as exigências atuais do
Programa Minha Casa, Minha Vida para acessibilidade em todas as
unidades.
Módulo social
Edgar Steffens, Pedro Arthur Camara, Gustavo Einloft, Rodrigo Petersen
Orientador: Paulo Ricardo Bregatto
Orientador: Paulo Ricardo Bregatto
Parecer
do júri: a proposta de um módulo básico a ser utilizado tanto como
unidade individual como moradia coletiva foi bem pensada, permitindo um
arranjo conforme condições diversas de terreno, ainda que os autores não
apresentem este tipo de implantação no trabalho.
Casa Engajada
Larissa Ricardo do Amaral Lopes, Paulo Gustavo de Araújo Perini, Robson Martins Leão
Orientador: Camilo Vladimir de Lima Amaral
Orientador: Camilo Vladimir de Lima Amaral
Parecer
do júri: o trabalho apresenta uma racionalização construtiva associada a
uma boa organização espacial. A possibilidade de arranjos dos ambientes
é bastante variada, ainda que a proposta obrigue à construção de lajes
antes da própria ampliação, o que onera o custo final da obra. A solução
da planta em duplex prejudica a acessibilidade do projeto, exigida pelo
Programa Minha Casa, Minha Vida. Bom manejo dos recursos de orçamento.