Arquiteta iraquiana admitiu ser influenciada pelo arquiteto carioca que, assim como ela, explora as formas curvas e fluidas. Zaha visita o Rio para participar do encontro Arq.Futuro
Valentina Figuerola, da revista AU
Fonte: www.piniweb.com.br
Zaha Hadid está no Rio de Janeiro e participa do evento Arq.Futuro |
Em visita ao Rio de Janeiro (RJ) para participar da segunda edição do Arq.Futuro, encontro de arquitetura promovido pela BEI Editora, a arquiteta iraquiana Zaha Hadid recebeu um grupo de jornalistas para uma coletiva de imprensa, realizada no dia 28 de março, no Hotel Fasano, da qual participou a revista AU. Na sexta-feira, dia 30 dia março, a arquiteta fará uma palestra no Espaço Tom Jobim como parte da programação do Arq.Futuro, que contará ainda com a presença do arquiteto japonês Shigeru Ban.
Quando o assunto era Oscar Niemeyer, Zaha admitiu ser influenciada pelo arquiteto carioca que, assim como ela, explora as formas curvas e fluidas. "Niemeyer não é um modernista puro, é uma mutação do modernismo. Ele é importante por ter ajudado o Brasil a se distanciar do colonialismo, a conseguir uma nova identidade", diz Zaha. Ela também se referiu ao arquiteto carioca como "precursor" de uma geração de arquitetos em que ela mesma se inclui.
Outros assuntos da coletiva foram o desafio carioca de conseguir uma boa herança arquitetônica e urbanística com a Olimpíada 2016, o preparo de Londres para os Jogos Olímpicos de 2012, o preconceito enfrentado pela mulher no campo da arquitetura, a diferença entre arquitetura e arte e o abalo da arquitetura monumental e espetacular - que é praticada por Zaha - em tempos de crise. "As pessoas diziam que não haveria mais torres depois de 11 de setembro, mas há tantas torres novas surgindo hoje", diz a iraquiana.
Confira as respostas de Zaha às perguntas feitas pela revista AU durante a coletiva de imprensa:
Já foi convidada para fazer algum projeto no Brasil?
Não fui convidada para fazer nada ainda.
Se pudesse escolher um tema para projetar no Rio de Janeiro, qual seria?
Eu não sei... O Rio é uma cidade tão grandiosa que isso não me importa. Eu não tenho preferência por nenhum tema específico aqui.
Como foi projetar o Banco Central do Iraque, depois de tantos anos de distância de sua terra natal?
Foi muito interessante. Eu fiquei emocionada quando eles me convidaram para fazer este projeto. O atual prédio do banco, aliás, é muito legal, tem uma laje curvilínea quase brasileira.
Você tem muitos projetos premiados que não foram construídos. Se pudesse escolher um deles para ser construído, qual seria?
The Peak Club (1983), em Hong Kong, mas de outra forma nos dias de hoje. Eu não olho para trás.
Você já afirmou que é muito difícil trabalhar no mercado de arquitetura sendo mulher. Em quais lugares mais sentiu preconceito?
Na América e na Inglaterra.