Sidonio Porto assina retrofit do edifício Oscar Americano, projetado por ele em 1968



Marco da arquitetura moderna, empreendimento foi um dos primeiros de São Paulo a contar com fachada pré-moldada


Lucas RodriguesFonte: www.piniweb.com.br

Divulgação
Arquiteto vai preservar as características originais de conforto termoaústico do edifício
O edifício comercial Oscar Americano, localizado na avenida Paulista, em São Paulo, será revitalizado. O prédio foi projetado em 1968 pelo arquiteto Sidonio Porto, do escritório Sidonio Porto Arquitetos Associados, que também será o responsável pela sua reforma.


A modernização deve aumentar a vida útil do empreendimento e a sua adequação a necessidades atuais de estrutura, tecnologia, sustentabilidade e uso do espaço. De acordo com Marcio Porto, sócio-diretor do escritório de Sidonio, o retrofit proporciona conforto psicológico para quem frequenta diariamente o edifício. "Trabalhar em um ambiente renovado gera bem-estar ao funcionário e consequentemente influencia a produtividade", aponta. A técnica garante ainda que o empreendimento não perca sua identidade histórica. "O projeto de retrofit prevê que o prédio recupere suas características arquitetônicas originais", destaca o arquiteto.


Para o desenvolvimento do novo projeto de arquitetura foram levados em consideração aspectos originais da construção que valorizam a captação de iluminação e ventilação naturais ao mesmo tempo em que propiciam conforto termoacústico. Segundo Sidonio, na época, a opção pela não utilização do vidro gerou a busca de alternativas para a questão da temperatura no edifício. "Desenvolvemos uma solução de fachada que reduz a transmissão de calor intenso e controla a entrada de luz por meio de janelas com vidros duplos e persianas internas", diz.


Marco da arquitetura moderna paulistana, o edifício Oscar Americano surgiu como sede da Companhia Brasileira de Projetos e Obras (CBPO), uma das maiores empreiteiras de obras públicas do país. Foi um dos primeiros prédios de São Paulo a contar com elementos pré-fabricados na fachada, solução inovadora num período em que uma fachada totalmente envidraçada era a tendência mundial, embora os vidros de então não tivessem as qualidades tecnológicas de hoje.


Para personalizar o prédio e evitar o uso total do vidro, Sidonio Porto propôs a utilização dos pré-moldados para o fechamento das quatro fachadas, uma experiência pioneira na chamada arquitetura industrializada, que já trabalhava com o conceito sustentável, sempre presente nas realizações do arquiteto.

Montada fora do canteiro de obras, a fachada de concreto aparente, composta por 960 unidades de 3 m x 1,35 m, com 60 cm de profundidade, recebeu um plano recuado para o assentamento dos vidros e acabamento interno com placas de gesso, reforçando o efeito termoacústico da fachada.
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